domingo, 19 de dezembro de 2010

sabia plantar, sabia colher, gostava de florescer

Essa minha postagem de agora é um grito cerebral de um coração que se reconheceu em Seu Profio e em outros Seus e Donas do quilombo dos Gurutubas da comunidade de Malhada Grande.
"Sabia plantar, sabia colher, gostava de florescer."
Que nem flor de Mandacaru era a força de Seu Profio.
Chegamos vindos de conceitos, de cidade, de universidade. Mesmo que com coração aberto, nossas vivências são diferentes. É preciso reconhecer as diferenças e não tentar se igualar. Apenas florescer juntos.
Daquele rosto marcado pelas linhas da seca, daquelas mãos calejadas pelo colher do pão, sai uma sábia vida, daquele que gosta de experimentar a terra, de brincar com os frutos da chuva. Observa, espera, troca, vai atrás. E dança. Passos miúdos, passos decididos. Sua humilde sabedoria me emocionou.
Me sentí em casa. Claro que uma casa diferente. Não me vejo como aquelas pessoas, mas me vejo com. É possível e urgente a convergência! Não tenho as mãos da roça da manaíba, não tenho a coragem debaixo do sol. Mas tenho meu coração com uma mão semper dada e um querer sempre infantil de mudar o mundo. E é possível!
Aquelas pessoas tem modo de vida que nos ensinam muito. Desde pequenos sabem ouvir o que a mãe terra quer nos dizer e nos grita a cada dia. São grandes ouvidores!
Juntando isso com a sabedoria internateusca teremos uma revolução. É o que vem em minha mente ultimamente.
Mandacaru quando fulora la na seca...
Agradeço poder ter estado em companhia de tão sábia e lutadora gente!

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