quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Mesmo assim ela permanece

Tava vendo um caderno meu. E eis que encontro algo que tinha esquecido, apesar de ter escrito recentemente e ter memória muito boa. Até porque memória está ligada a emoção. E por isso há coisas que nunca vou esquecer. Hoje minha ficha caiu com relação a isso. E, aceitei.
Estou ouvindo Pascuala Ilabaca, cantora de Valparaíso, Chile. E conversando pelo facebook,ou melhor, acabo de ter uma discussão por Facebook. Vê se pode! É que não sou de gostar de que se apiedem de mim. E hoje meu dia tava com outro colorido, dai veio a boa intenção por internet que me desaquietou.
Mas volto a meu caderno encontrado e agora deixo ele aqui, letrado. Mesmo que não seja grande coisa, já é uma brecha grande.

A poesia pede pra sair. "Com licença, com licença."-ela diz. Para isso, os olhos tem que estar abertos. O pulo pode ser forte, e, aí, não tem jeito. Tudo pra poesia tem trejeito. Mãos a postos, peito disposto. Respeite a poesia dentro de si e a deixe viver! Não precisa de muito sofrer. É só reaprender o verbete da infância. Poesia não é exigente na inspiração. Qualquer pedra é um riso, qualquer terra diz que fecundar é preciso!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

É incapaz o que ela é. Incapaz de dar um abraço. De dar um pulo da cama e sorrir. Incapaz de deixar as mágoas irem embora. Incapaz de não magoar. Incapaz de entender o que vem dela. Não se entende. Não se deixa abandonada. se sente só, e acha que além disso não há mais nada. Mas a vida é tão cumprida, que nem uma linguiça de burrinho pedrês. Se sente enchendo linguiça. a vida compartilhada passa a virar silêncio. Parece. Não consegue escrever. Transver em outro mundo. agora com um bichano no colo, e os passarinhos longe, longe. Já viraram borboletas que nunca abandonam seu estômago. Não aprendeu a conviver consigo. Sempre se castrou, se privou do seu perigo. Quando o que a esperava era a tranquilidade. Mas não vê, não sabe, não crê. E ninguém terá o que ela precisa. Ninguém saberá pra onde ela vai. Nem ela. Só não precisa de palavras duras, chantagens e... Ah! Pouca coisa não é. Mal se cabe em pé. Parece que é tudo armação, que é tudo tempo vago. Mas tempo não tem. "Time is money, they say". E o dia começa. Mais um dia. Com fantasmas que não são seus. Com desejos alheios. Com o sorriso partido no rosto e uma vontade de nunca mais voltar. Voltar aqui, voltar lá, voltar a ser. Como nunca mais voltar a se ler. Apenas escrever e tentar compartilhar o que de mais torto existe na destreza de seu protótipo humano. Abandonada. Mais nada.