sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Ei, mulher.
Você sabe seu caminho.
Você sabe a cor e o cheiro desse caminho. Também sabe que a cor dele é forte, amarelo por do sol.
Sim, você se perdeu. E você sabe o motivo. Foi, na verdade, uma trilha que você quis pegar pra não sentir toda a mudança que esse caminho trouxe pra você. Mudança interna, profunda. Depois de nove anos, você escolheu estar só. Depois de nove anos, você finalmente assumiu que não era feliz, que ele não era seu amor, que te satisfazia muito pouco estar ali, naquela casa, com aquela pessoa, vivendo aquela rotina que talvez fosse para ser vivida uns 30 anos mais tarde, ou nunca. Sim, você escolheu rejuvenescer. Escolheu deixar de lado a possibilidade de continuar a sofrer por ele. Por aquela pessoa que você escolheu para ter do seu lado. E não era ele, você sempre soube. Tanto esforço pra ser feliz não é natural. E não adianta achar que quer aquele marasmo transvestido de calmaria. Não é isso que você quer. Não adianta achar que pelo menos era estável. A custa de que?
Não, mulher, não se engane. Honre sua escolha de estar sozinha.
Sim, está difícil, dolorido. E vai estar por algum tempo. É como se você reaprendesse a se locomover no mundo. Entenda esse luto como um grande aprendizado e tudo virá mais colorido, com suas cores e seus cheiros.
No fundo você sabe que aquela trilha não é nada. Não pode ser nada. Alguém que te destrata tanto, não pode ser nada pra você. Tire essa névoa que o ronda e perceba a face que ele tem. A face mente, a face engana, a face manipula. Não acredite em nada mais a não ser no que seu instinto te fala. Você tem aprendido a se ouvir mais, mas tem que gritar ainda. Não se desespere, grite o quanto for necessário. Você está aprendendo, seja amorosa com seu aprendizado. E, sabe, simplesmente viva seu caminho, o que você escolheu, coloriu. Esse é seu. O resto é elucubração que não te pertence. só vá. vá.