sábado, 28 de agosto de 2010

Dónde pongo lo hallado?

Qué hago ahora? (o Dónde pongo lo hallado)

Dónde pongo lo hallado
en las calles, los libros, las noche,
los rostros en que te he buscado.

Dónde pongo lo hallado
en la tierra, en tu nombre, en la Biblia,
en el día que al fin te he encontrado.

Qué le digo a la muerte tantas veces llamada
a mi lado que al cabo se ha vuelto mi hermana.
Qué le digo a la gloria vacía de estar solo
haciéndome el triste, haciéndome el lobo.

Qué le digo a los perros que se iban conmigo
en noches pérdidas de estar sin amigos.
Qué le digo a la luna que creí compañera
de noches y noches sin ser verdadera.

Qué hago ahora contigo.
Las palomas que van a dormir a los parques
ya no hablan conmigo.

Qué hago ahora contigo.
Ahora que eres la luna, los perros,
las noches, todos los amigos.
(1969)

Brancos dizeres. Depois da tempestade vem o vento bom, reconfortante. Èprecisoencontrarreviravolta. O filme Abril despedaçado sempre fala comigo, de olho pra olho. Boiéquenãosedeveser. E agora ouvindo Tarancón tudo volta a me relembrar das cores. Mesmo assim a rudeza foi jogada, língua bifurcada. E foi. Foia-se. Aprenderadesvincilhar-sedesimesma. Pungente! Esóemtuencontrarásoamorosentidoapoesia. Aospoucosvoltoarespirar-me.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sonhando todos os dias

Pára tudo!
Tô aqui ouvindo Nação Zumbi com um livro de Evolução em mãos pra prova de monitoria do COLUNI de amanhã. Mas de frente ao computador não há estudo focado de verdade. Pelo menos pra mim. Fui e vim num monte de blogs, num monte de lembranças e pensares. E resolvi deixar-me falar. A monitoria que espere o dia de amanhã que virá.

Amor.É o que vive em mim. Um amor que desgringola. Mas que me grila. Um amor com o qual sou injusta e sou dada. Alguem que achei e que me permite fluir coisas lindas e mesmos as mais horríveis de meu ser. Desconhecido por mim, o ser-meu. Não, de fato um amor não é tudo na vida. Ou é? É equilibrado. E o que é equilíbrio? Amor tem fim. Tem? Lembra até um trecho do Leminski,perdido numa velha agenda de adolescente:

Amor, então
Também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
É que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva
ou em rima

Tive amores? Creio descrendo. Talvez dois. Talvez três. Amor-asa-cor-paixão-palpitação. Desses três de dois diria que a matéria de hoje em dia é rima. Mas a dos outros virou raiva. E talvez tenha virado muito mais. Muito do que sou.
Mas passa.
Este amor que vivo hoje em dia,revela-se. Cada dia é um pedacinho mais.

Mas não estou sã e tenho receio de adoecer também esse amor. Estou doente de vida. Quero pô-la pra fora. E não vai. Me escancaro no meu ser. E exagero. Mas dói. As lágrimas, como o coração, não mentem. E chorei. Chorei como nunca com alguém.
Sou feita de medo e covardia. Como já foi dito no filme Waking Life. É o que atormenta a humanidade. E dela faço parte.

Mas sou da quase extinta raça dos sonhadores. E por isso estou doente, incomodada, como uma resistência.

Não, não gosto do meu amor apegado. Da minha crueldade e rudeza com quem está do meu lado. E ainda é doloroso pra mim. Mesmo compartilhando da mesma vontade de vida. É a insegurança em si.

Ao mesmo tempo vejo que não há mais escapatória: ou me dou de vez e te recebo ou acaba tudo. E vai ficar no vento. Mas não é isso que queremos. Eu te quero.

E o que mais me deixa assim desgostosa é o costume das palavras. O movimento estudantil e seus limitados esteriótipos. A universidade se vendendo e todos vendando seus olhos, por vontade, por medo ou covardia. Além disso, tenho minhas próprias vontades que deveriam correr por aí traquinamente. Mas se freiam a cada feiúra, a cada rotina. Meu espírito nega a rotina. Nega o automato. O padrão e o esperado. Mesmo que seja um espírito contraditório e infiel a si mesmo. Engraçado!

Ainda estou para encontrar-me com o que há de maior em mim. A fonte disso tudo. Dessa doença. Sei que estou quase chegando nela. Pois realidade e não-sei-o-que(meu viver) estão se mesclando aos poucos.

E o amadurecimento que parecia ter ocorrido em Recife foi pras cucúia!

sábado, 21 de agosto de 2010

Luz de tarde



A luz de fim de tarde tinha para ela um sabor inigualável. Os róseos raios de sol formavam  um só arrepio ao beijar sua pele. O momento em que sentía todo o mundo, seus fenómenos e sua vida. No ônibus, voltando de mais um dia, sentía o crescer invasor no seu corpo, era a sua conversa preferida. Muda, sonhava… pensava em liberdade, em amores, em lugares para se estar. Nao, nao tinha medo do fim do dia. Era como fazer amor, renascer. Nao entedia de onde vinha aquela energía sensual, apenas a sabia. Sabia como de nascença, que movimiento fazer, qual a válvula para seu prazer. Sabia. E era como um delirio, uma destruiçao. Ia para o seu zero, cometia os maiores crimes, os setes pecados capitais, cuspia nos dez mandamentos. Mergulhava no seu mais profundo e levava todo o mundo. Lá estaba Roberto, sua mae, o gato do vizinho. Sentia. Os papéis tinham o passado em sua essência, de nada lhe serviam. Aquela rua nao era camino algum. O amor, era velho. Sua miopía nao tinha lentes. Via! “ Nao era o suficiente!”, dizia. Nunca o serei, nunca será. Reiventar! Quem sabe à maça seja possível um pouco mais de pêssego? Quem sabe naquele escritorio nao caiba um pouco mais de pássaros? No ar, voar. Quem sabe no seu bom dia…quem sabe na sua dança…no seu sorriso…na sua mao? Sabia. Debruçava-se. Caía. Girava. “Somos feitos de verbos, somos feitos de vento”, regogitava. E o gosto amargo na boca a jogava no sofá. Olhos sem agua na janela. Se reencontrava. Se conhecia. Se amou. “Eu sou”, bastava. Era sempre a mesma nova conclusao. O mesmo empurrao, o cuspe na cara. Era sua epilepsia. No jornal, os gols do dia. A mesma Bia?


(Escrito pra um projeto de blog coletivo que não rolou.Talvez em Janeiro de 2010)

Bem no fundo

no fundo, no fundo
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela - silêncio perpétuo
extinto por lei o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
Mas problemas não se resolvem,
problemas tem família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, seu senhora
e outros pequenos probleminhas.

Paulo Leminski

Começando com esta humorada poesia de Leminski fica até mais leve falar de seus problemas.
Mas parece apenas. Sempre pensei que fosse uma pessoa que dissesse. Que fosse clara. Vejo, porém, que me é custoso sair. "Não saio de mim nem pra pescar!" Agradeço o abraço apertado em meio às lágrimas. Amo seu amor, amo-te. E te ouço bem, te ouço sempre. Quando falas de ti, quando é a mim a quem te referes. Foram poucas, porém certeiras palavras. E vou tê-las comigo.
Quem dera fosse de hoje o decreto de tudo de inseguro sair de mim. Já!
Mas não é.
O real é esse.
Mas tudo bem. Tudo bem mesmo.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Recado



Você tem que saber enfrentar as coisas
Do modo mais simples como aparecem
Coisas tão banais não vão levar você ao desespero
Você tem que viver sem perder as cores
Você tem que aprender a pisar nas dores
Não precisa beber pra esquecer
Nem precisa sorrir de mentira
E dizer que está feliz
Você vive pregando miçangas
Em fazendas de algodão
Siga o exemplo do meu companheiro
Cristo rei a salvação
Cante a lua que a noite aparece iluminando este lugar
Cante o sol que ao raiar não se esquece de brilhar neste meu chão
Você vive pregando miçangas
Em fazendas de algodão
Siga o exemplo do meu companheiro
Cristo rei a salvação
Cante a lua que a noite aparece iluminando este lugar
Cante o sol que ao raiar não se esquece de brilhar neste meu chão
 
Música cantada pela Banda de Pau e de Corda, lá de Recife. 
Eu tive a alegria de vê-los tocar na Festa Junina. ê Hellcife!
Não achei o vídeo dessa canção, mas coloco outro vídeo deles,
igualmente lindo.

Pois há de se ter sempre esperança!
Mesmo com nossa espécie humana destruindo tudo a sua volta, inclusive a si própria. 
Mesmo com nossa falta de amor por todos e tudo, mesmo com nosso automatismo,
nossa hipocrisia,nossa arrogância e descaso.
Mesmo com tudo isso, há de se ter esperança! Esperança nesta bola a girar conosco, 
nesse sol, nessa lua, nos pássaros, no verde.
Esperança em cada um de nós e em todos. 

sábado, 14 de agosto de 2010

Por que te vas...

Pra próxima segunda-feira foi lançada mais uma atividade-desafio pelo professor de uma das matérias da Licenciatura:Instrumentação pro Ensino de Biologia. Cantar! Ops! Mesmo com as desafinações, mesmo com as inseguranças e timidez. Simbora! Fazer graça!
Cantarei a musica "Por que te vas..." também interpretada pelo Pato Fu, mas de autoria de Jeanette, creio. Ela também é a musica tema do filme espanhol Cria Cuervos, do qual ponho um trechinho no vídeo abaixo.
O amor é um bicho estranho. As vezes quer ver-se pássaro, outras gaiola. Será mesmo o amor o estranho, ou nós? Mas ainda assim, amantes, amadores amantes.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010


Olá!
Pra quem soube, fui e voltei com este blog. Vejo minha necessidade pulsante de compartilhar escritos. As palavras não informam apenas: letrinhas na tela em branco. As palavras sentem. Fluem de mim pra algum lugar. Talvez escrever seja a maneira que ultimamente tenha mais falado de mim, sem me dizer por completo, mas quase. E por isso compartilhar por este meio. Mesmo que esse meio me incomode. Vivo com minhas contradições.
Voltei pra Viçosa. Cantinho entre montanhas. Pessoas queridas. Movimentos conhecidos. E quem sabe com um outro ponto de vista possa descobrir sempre, com amor e alegria. Mas há momentos difíceis. A universidade, o curso, as matérias, a distância da prática e a lógica de viver são custosos pro meu espírito. E sinto que o passar dos dias aqui vai tirando meu brincar, meu brilho nos olhos, minha profundidade nas coisas. Há momentos que fico vendo entre as pessoas, me ensimesmando, desgostando de mim mesma pelo meu egoísmo. Mas vejo um ipê, vejo uma bicicleta, um cachorro de carreiras na grama, vida vida vida...e meu peito se enche.
Não, dessa vez não me entregarei. Não me apegarei. Sem tristeza. Vivendo como se me apresenta e me desafiando a cada pisar.
Pensamentos que vão e vem.