terça-feira, 19 de abril de 2011

Saindo de uma TPM do caramba!

TUDO SE FINGE, PRIMEIRO. O AUTÊNTICO GERMINA, DEPOIS. Tinha lido isso em algum lugar durante a aula da tarde, a única aula assistida de todo o seu dia. Aquela frase fez sentido. Talvez porque fosse de um de seus escritores preferidos, talvez porque fosse de um pensamento antigo seu. Daquela forma em que tudo o que se lê já foi dito e pensado antes pelo leitor. Mas, ainda assim, havia surpresa, havia poesia. Assim começou a aula, com a impressão de mais uma tarde pesada a completar seu dia. Mas se viu brincando como criança e o sol denovo a acariciava. Doce sol de quem se esquecera! Não, o sol jamais se esqueceria dela, mesmo que ela mude de lugar, se esconda ou abra um guarda-chuva. Ela, ao contrário, se esquece. Se esquece pra quando se lembrar, sorrir. Mas não é um exercício, talvez uma deficiência ou umas das condições humanas. Sim, o autêntico germina depois. Pode ser por isso que seu amor mudou tanto. Pode ser por isso que ele também, junto a ela, mudara. O tempo é necessário para dar significado às coisas. Talvez, também por isso ela não (...). E também por isso, (...). Porque primeiro se finge. É uma das condições humanas, talvez faça parte daquelas que ela mais detesta, porque sabe que ela também é assim. As coisas se experimentam numa atuação, depois esboçam um significado e , mais tarde, um julgamento que possivelmente a faça autentica. E sorrí. Aperta os lábios e sorrí.