segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A-L-E-C-R-I-M

São dez da noite. Ouve a novela irritantemente cega pela porta de seu quarto. Olha pros seus dedos escorregadiços ao teclado desse disparate tecnológico. Ao lado,na mesa, copo de vidro. Chá de alecrim. "Alecrim será o nome do meu filho, do meu menino" Alecrim.
Começou o dia ao lado do companheiro. Um pouco mudos. Um pouco estranha. E foi pra seu compromisso. Espera. Mediocridade logo pela manhã: sala vazia. Professor levando no bolso e no sorriso a ironia. Pois ela escancara em si o descrédito à ironia, ela a verbaliza, escancara. "Eu discordo de você." Seria tão mais além se verbalizasse suas vontades, construtivas, destrutivas. O sol antes da sala fez carinho em sua meia calça, pernas marrons. Calor!
Acabou. Suspiro.
A tarde passa. O sol caminha. Seus passos são sentidos. Seus olhos, delírios.
Noite. Já? As vozes viram desenhos. As vozes doem em seus ouvidos. Estridentes. Cansativas. Seus ouvidos são misântropos nestes tempos de Ana. Passa. "Tudo acaba."
Ela não consegue desabrochar com ele porque   com ele vai profundamente. Como nunca. Vai lá nos mais escuros de seu ser. Nem tão escuro assim, é verdade. Só precisando de um poquinho mais de....de que? Pra tirar todo esse pensamento padronizado. Ela não quer ser padrão. Seus atos não querem o esperado e quando assim se vê, a tristeza cai.
Alecrim é alegria. Pra isso fez seu chá da noite. Pensou que talvez fosse melhor tomá-lo no início do dia. Pensou que melhor seria dormir logo, começar outro sol, pegar sua bicicleta e sorrir.
Sorriso na horizontal, na vertical. Não importa.
Tem gente que não gosta de comer a última bolacha do pacote, sem porquê. Outros não gostam de pensar nela. Ela pensa, ela gosta da última gota. Ela tem os olhos disfarçados na água. Todo rosto tem uma máscara. Todo sentimento tem um disfarce. Nem todos. Ela quer o rosto, ela quer o disfarce. E de tanto querer...
...
Alecrim é mesmo um nome alegre!

Um comentário:

  1. Não vou dar conselhos. Quem sou eu para dar conselhos? Nada sei. Sei apenas de mim, da minha perspectiva do mundo. Por isso mesmo quero ouvir o que ela tem a dizer, pois assim posso crescer mais como pessoa. Egoísmo? Talvez. Mas se ela perguntar a minha opinião, não me calarei.

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