Anos atrás, você tinha razão: uma árvore sobre a outra dá sombra.
Sinto-me na sombra.
Foi uma sombra dissimulada, me pegando aos poucos, entre escolha e entrega.
Mas é sombra.
E agora para transplantar esse eu-planta só com boas mãos de jardineiro!
Está na hora de sair da sua sombra.
Cantinho que escolhi pra mim, teve terra, água-lágrimas, risos-minerais.
Agora chega!
Quero meu próprio campo!
Quero minhas joaninhas e pulgões. Quero minhas raízes e minhas próprias folhas para podar.
Por que fui me tocar disso só agora?!
OU talvez agora tenha dado o nome aos bois.
Mas é sombra.
Vivo a vida de outra árvore. E acabo por virar praga senão me transplantar.
Agora devo me regar, devo afofar minha nova terra, tirar as folhas secas e florescer.
Já tá mais que na hora do sol aparecer.
"(...)
ResponderExcluirAssim como as cordas da lira
são separadas e,
no entanto,
vibram na mesma harmonia.
Dai vosso coração,
mas não o confieis à guarda um do outro.
Pois somente a mão da Vida
pode conter vosso coração.
E vivei juntos,
mas não vos aconchegueis demasiadamente.
Pois as colunas do templo
erguem-se separadamente.
E o carvalho e o cipreste
não crescem à sombra um do outro." -- Gibran Khalil Gibran