quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Anos atrás, você tinha razão: uma árvore sobre a outra dá sombra.
Sinto-me na sombra.
Foi uma sombra dissimulada, me pegando aos poucos, entre escolha e entrega.
Mas é sombra.
E agora para transplantar esse eu-planta só com boas mãos de jardineiro!
Está na hora de sair da sua sombra.
Cantinho que escolhi pra mim, teve terra, água-lágrimas, risos-minerais.
Agora chega!
Quero meu próprio campo!
Quero minhas joaninhas e pulgões. Quero minhas raízes e minhas próprias folhas para podar.
Por que fui me tocar disso só agora?!
OU talvez agora tenha dado o nome aos bois.
Mas é sombra.
Vivo a vida de outra árvore. E acabo por virar praga senão me transplantar.
Agora devo me regar, devo afofar minha nova terra, tirar as folhas secas e florescer.
Já tá mais que na hora do sol aparecer.

Um comentário:

  1. "(...)

    Assim como as cordas da lira
    são separadas e,
    no entanto,
    vibram na mesma harmonia.

    Dai vosso coração,
    mas não o confieis à guarda um do outro.

    Pois somente a mão da Vida
    pode conter vosso coração.

    E vivei juntos,
    mas não vos aconchegueis demasiadamente.

    Pois as colunas do templo
    erguem-se separadamente.

    E o carvalho e o cipreste
    não crescem à sombra um do outro." -- Gibran Khalil Gibran

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