domingo, 1 de novembro de 2015

A ressaca dos dias. Aquela sensação desidratada. Aquele rompante de palavras que não podiam ter sido suas! Ao mesmo tempo aquele alívio de ser tomado ferramenta para despejar-se sobre o mundo. Quanto peso nos ombros! Somos tão frágeis. E insistimos em bancar o bamba. Aquele nó desatado, aquela revelação de que nada voltará a ser como antes depois desse momento crucial. Choro, lágrimas, humilhação momentânea: nada importa. O "daqui pra frente" se abre com uma possibilidade de inicial gosto amargo, depois vem o gosto que quiseres dar. Todos temos problemas. Todos choramos na noite escura quando nos damos conta de nossa finitude, solidão ou pequenice. Todos amamos, todos odiamos. Cada um a sua maneira bela e crua de ser. Que sejamos mais crús, com mais ressacas. Mas que elas não nos afundem na nossa própria areia.

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