terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cais

Cais Milton Nascimento
Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de encontrar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar


http://www.vagalume.com.br/milton-nascimento/cais.html#ixzz129UgFesJ





Olás-olás!
Como vão? Num vão estar?
Volto de Montes Claros, volto de uma convivência intensa de equipe, mas que não necessita de nada mais do que uma convivência intensa entre equipe. Vi novas montanhas, ou na verdade, não as vi. Ouvi o povo, sua realidade. Me senti do povo, ou nem tanto, exagero. Me senti foi um "Zé Mané" perto do povo. Mas ao mesmo tempo podendo contribuir a minha maneira, minha sincera maneira, o mais importante. Clara e de peito aberto.


Volto.


A gente se dá mesmo. Isso não tem problema algum. É coisa bonita, é coisa vivida. Mas dar pra quem? O que se recebe de volta além de silêncio e insegurança? Pra se ser nuvem, mesmo nuvem junta, deve-se voar...deve-se aguar em qualquer sertão..."Deixar o coração bater sem medo.." O meu coração é forte. O meu coração tem pra si algumas coisas claras. Mas, pobre, ainda não sabe se virar só. Não o quer. E por isso o cais do Milton Nascimento. " Para quem quer me seguir, eu quero mais!". Eu quero mais! Como deve ser numa relação de verdade, dos dois lados, sem pesar nem um nem outro. 
Serei boba demais? Darei muito minha cara a tapa, meu coração ao vento? Quando de fato descansarei? Quando terei confiança nessa humanidade? Erguer as mãos, sem medo de cair? Acho que nunca. Mas se tenta. E tentar não me deixa cair no desânimo nem no arrependimento. Que triste uma vida sem riscos! Mesmo que rabiscos!
Há coisas que aprecio nessa vida e ninguem me fará olhá-las de modo diferente. Acho que amo demais o ser humano, senão já o teria abandonado, me abandonado. Ainda devo ter minha Aninha criança muito forte em mim pra não deixar cair as pontas. Me orgulho de mim. Não ajo de má fé, não procuro machucar ninguem, por isso minhas ações buscam ser sinceras comigo e com os demais. Mesmo que pra uns isso seja apego demais, mas foda-se! Sou assim, de outra maneira não serei eu. Há coisas que preso demais nessa vida. Uma delas é poder ser abrigo, ombro amigo para auqele amigo que possa precisar. Isso sempre fui. Isso me falta. Um amigo que deixe seus egoísmos de lado e me viva, um pouquinho que seja. Mas amizade nem amor, não se exigem. E vagando vou. Sem problema algum. Sabendo que terei a mim mesma sempre. Com minha força e com meu desequilíbrio bêbado. Não preciso de mais ninguem. 
Preso o sorriso de minha mãe. Mãe...minha pequenina mãe. seu sorriso já tão pouco sincero, tão pouco dado. Mas não quero alimentar culpa alguma. Apenas a amo.
Preso meus amigos. Minhas doces pérolas, flores, perdidas por esse mundão. Em tantos cantos! Sabendo que o que o compartilhamos por momentos foi vivido e sincero. Isso não se apaga.
Preso todos os seres, independentes de quem forem, do quão toscos forem. Pois sou bióloga de nascência,não de excremência acadêmica. É algo que não se insere, não se aprende nem ensina.É algo que arrepia o corpo com a mais leve cor. 
Sou infantil, ingênua demais pra esse mundo. Onde haverá alguem pra compartilhar comigo essa ingenuidade? Por que talvez sozinha eu já não possa mais!
Assim sou. 
O meu eu se entrega. Mas também sabe se retirar. 
Minha cabeça gira. As lágrimas secam. "Com sabor de vidro e corte."
Não quero endurecer. Quero ainda a Aninha a cantarolar, solta, bonita, colorida. Nada a matará. Nada. Ela é mais forte que qualquer outra coisa neste mundo.

Um comentário:

  1. Não estais só. Por mais que possa parecer o contrário.

    Podes parecer infantil, porém és mais madura do que as pessoas que se julgam adultas.

    Contigo, alegria transborda dos meus olhos quase secos.

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