terça-feira, 24 de abril de 2012

Já tem duas semanas que ele foi dar uma volta. Qual será o seu paradeiro? Há que ter esperança de que ele voltará. Ele vai lembrar da gente... do carinho, das brincadeiras de esconde-esconde nas paredes de casa, da caçada de pulgas toda manhã, dos chamados, das risadas no chuveiro. As lembranças bonitas que construímos juntos. Ele há de se lembrar e voltar. Porque de mim elas não saem. Engulo o choro, penso em outra coisa, mas é dele que sinto falta. E não pode tudo acabar assim, sem laço nenhum. Ele há de pensar em nós. Há de lembrar das noites compartilhadas, dos xamegos, da nossa cama. Mas o que será do meu pequeno?

A garganta dói mais à noite. Serão coisas não faladas ou sintoma homeopático? Tem quase duas semanas que comecei a tomar essas pílulas. Tenho observado algumas influências. Tem vez que não consigo segurar o choro e é por sentimentos já tão interiorizados que parece um alívio vê-los em forma de lágrimas. Eles vão. Não voltam. É como se estivesse deixando de segurar só pra mim aquilo que sou. Aquilo medroso, sonhoso, e nervoso que sou. Isso é bom. Isso me acalma. Tem muita coisa que vem de volta, remoída, mas que não consegue sair ainda fácil. Fico segurando porque tem implicações em outras pessoas, então há de se cuidar pra não machucar. A gente não sabe o peso que carrega dentro de si. Vai apenas vivendo, sem perceber que de mágoa em mágoa a gente vai miudando. E mudando. Acho que isso também me deixa nesse estado desequilibrado. A vontade de colocar em prática tantos sonhos que tinha pra mim, tantas formas de viver que imaginei poder fazer e a nostalgia de não ver acontecer tudo aquilo que pensei que seria. Pequenas coisas que quando lembradas renascem todo o fervor de uma adolescente com o mundo aberto, sem muitas raízes e com as mãos fáceis. Da nostalgia também tenho que me livrar. Porque fui escolhendo até chegar onde estou. Há de se entender isso. E não há tristeza em ser como sou. Apenas algumas remexidas e mais aceitações próprias. Tirando isso, deveria ser tudo leve. Tem saído o sal que me alimenta. Sou feita dele, preciso dele. Sem ele não serei eu. Só tenho que aceitá-lo e não deixar que me faça sofrer. Essa é a diferença pro estado que me encontro. Perdoar sem segurar mágoas. Isso é tão difícil. Sou rodeada delas. Porque deixo.
Post confuso!
Quis sair de mim em forma de palavra, deu no que deu. Há de me perdoar.

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