quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pequenesas à parte

Será que realmente fico insistindo em carregar todo o peso às costas? Que exagero tudo?

Tô achando que sim!


"Cê podia ser mais leve, Ciça!" Me diz assim o Daniel, nesse assim com Ciça. É verdade, eu sei que é.
ê laia! Eu mesma já cansei de mim. E ai? resta escrachar!

Vai ai um textinho egocêntrico feito em Julho:

Pequena sou. Diminuta. Olho de formiga, por mais grandificador que seja, não me nota. Mas tome nota: sou capaz de grandezas quando saio de minha pele. Queria estar fora dela o tempo todo. MAs ela depende de peles alheias, dos susurros, dos sorrisos. Não queria que eles me grandificassem ou anulassem. Mas aí sou. Poderia voar num pífano. Não haveria problema algum. Um dia me encontraria numa pedra, outro numa folha. Não seria alheia à vida, seria a própria. Na verdade,sou. Sou toda ela! Realmente serei feita só de sonhos? Parei em algum beco qualquer e ai fiquei engarrafada, objeto raro, pra ser friamente amado, ou futuramente? MAs sou carne. Minha carne se alimenta, devora, intensamente tudo que é detalhe de vida, gestos, lembranças, amores pequenos,delicados. Mereço o pequenamente construído com a grandeza de um intenso amor! Não, não quero menos que isso. Menos que isso já tive, não aceito mais migalhas. Não as dou, de mim só esperes migalhas quando de fato não me sinta amável por ti. Só assim terás migalhas. Porque sou feita da fartura, do mel, do cheiro doce e amargo de todas as flores, da terra pisada por todos os seres, amassada, massacrada. Sou feita dos uivos, das metamorfoses ferozes de todo o dia, a cada dia, por todos os seres. Sou eu. Mesmo que com essa fantasia chamada de pele, mesmo que subjugada a uma existência humana, sou eu. Vida,ciclo, início, continuidade e um não-fim eterno. Porque nada acaba, tudo toma consistência distinta quando distinto for o ser. Assim é o amor, assim o ódio, o nojo, a compaixão, indignação e a revolução. Todos feitos pra todos os seres, emprestados.

Um comentário:

  1. ê Aninha! cansa não sô! bunita como tu és!
    é só ir tentando pegar mais leve consigo mesma.. (graaande ajuda eu dou!) queria te abraçar e te chamar de besta. Você sabe a moral que eu não tenho pra falar em assunto de leveza..
    hoje tem sarau aí né? quase adoeço aqui imaginando você e outros seres errantes e belos! Aninha chega voando num pífano.

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