quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Rouxinol

Tem até parecer de colchão. Voz de travesseiro. E um imenso sono. Esse rouxinol meu.
A passarear lentamente. Feliz pela chuva, contente com o sol. Meu caro rouxinol.
E nele não há previsão nem consolação. É tudo um viver mais que bem viver.
Anima. Animar-se pra não desafinar. Canso do auto- consolo. Canso de me ver no espelho, querendo outra expressão. E por que não esta, afinal? Pra que tanto explicar-se? Não se está só. E por isso o cuidado. O não entregar-se. As pontas já se foram, há muito. Melhor elas que o por inteiro.
Não sei porque, não sei quando, nao sei até quando. Assim estou porque sou. Na verdade precisava de leveza, de um samba, de um bom amigo pra dizer nada com nada.
E sinto a solidão a me pesar. Minhas amizades foram minhas? De há quando? Sempre um não-mostrar-se-evidenciando. E, sim, exagero.
Anima.

"Demediu minha ideia: o ódio- é a gente se lembrar do que não deve-de; amor é a gente querendo achar o que é da gente." Grande Sertão: Veredas.
Por isso perdoo. Perdão de mão-dupla. de mudança.

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Devaneie: