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sábado, 8 de dezembro de 2018
sexta-feira, 7 de dezembro de 2018
Vem. Mas venha manso. Venha brasa, mas não queime tanto. Venha devagarinho como foi ter te visto por primeira vez: de surpresa, bem Cabreira mente. Venha no improviso, mas venha semente. Vem, que quero ser sorriso e só isso. Venha, se ocupe, há muito pra gente prosear, tirar os mofo, limpar as beiradinhas daquele canto que ninguém mais viu. Venha, que já não quero esconder. Quero mostrar o mundo, quero criar o mundo com você. Se assim você vier. Mas se não vier, me deixe com esse gosto de ter sentido isso pelo menos um pouco. O gostinho amargo e doce que todo dia nasce em cada canto de boca de todos nós.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2018
Faz sentir. Dignamente sentir. Faz perceber que foi real. Algo. Paupavel. Pra ti. Que seja. Faz o tempo absorver o aprendizado. Você, respeitar seu passado. Cicatrizar a cor e a dor. Faz mal não. Você vai ver a pessoa que fica depois desse tempo silenciado. Recolhe. Pra colher lá na frente. Honre a pessoa que tu tem pra si. Você sabe. Aquela. Tá indo, você sabe que tá. Mas respeite os sinais. Se jogue, mas contigo. Nem contido. Contigo. No fim, nesse caminho bonito, vc vai ver que tudo valeu. Porque é verdade o que o mestre diz. O que importa é a travessia.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
sexta-feira, 9 de novembro de 2018
Você sabe seu caminho.
Você sabe a cor e o cheiro desse caminho. Também sabe que a cor dele é forte, amarelo por do sol.
Sim, você se perdeu. E você sabe o motivo. Foi, na verdade, uma trilha que você quis pegar pra não sentir toda a mudança que esse caminho trouxe pra você. Mudança interna, profunda. Depois de nove anos, você escolheu estar só. Depois de nove anos, você finalmente assumiu que não era feliz, que ele não era seu amor, que te satisfazia muito pouco estar ali, naquela casa, com aquela pessoa, vivendo aquela rotina que talvez fosse para ser vivida uns 30 anos mais tarde, ou nunca. Sim, você escolheu rejuvenescer. Escolheu deixar de lado a possibilidade de continuar a sofrer por ele. Por aquela pessoa que você escolheu para ter do seu lado. E não era ele, você sempre soube. Tanto esforço pra ser feliz não é natural. E não adianta achar que quer aquele marasmo transvestido de calmaria. Não é isso que você quer. Não adianta achar que pelo menos era estável. A custa de que?
Não, mulher, não se engane. Honre sua escolha de estar sozinha.
Sim, está difícil, dolorido. E vai estar por algum tempo. É como se você reaprendesse a se locomover no mundo. Entenda esse luto como um grande aprendizado e tudo virá mais colorido, com suas cores e seus cheiros.
No fundo você sabe que aquela trilha não é nada. Não pode ser nada. Alguém que te destrata tanto, não pode ser nada pra você. Tire essa névoa que o ronda e perceba a face que ele tem. A face mente, a face engana, a face manipula. Não acredite em nada mais a não ser no que seu instinto te fala. Você tem aprendido a se ouvir mais, mas tem que gritar ainda. Não se desespere, grite o quanto for necessário. Você está aprendendo, seja amorosa com seu aprendizado. E, sabe, simplesmente viva seu caminho, o que você escolheu, coloriu. Esse é seu. O resto é elucubração que não te pertence. só vá. vá.
sexta-feira, 27 de julho de 2018
Ei, posso te amar?
Não quero pensar nos astros pra explicar sua chegada. Nem em profecias da tia louca. Só quero você inteiro a meu lado. Do jeito que for. Até onde der. Deixando o rio levar toda nossa tristeza passada e só pensarmos na coisa bonita que a vida nos guarda, mesmo nas nossas amarguras e em tanto caminho distinto.
segunda-feira, 18 de junho de 2018
Eu sei: eu insisto. Talvez seja meu jeito ainda ensaiado de processar as coisas. E as coisas têm acontecido por demais. Eu sei: é amizade. Sentimento maior que há. Mas e como dizer pro corpo que não há mais aquele arrepio? Você lembra? Aquele do que você se gabava me fazer sentir. Percebeu quando ele se foi embora? Eu, sim. Foi ao mesmo tempo em que a confusão toda tomou mais conta da gente. Quando eu queria sem saber o que queria e você sabendo o que não queria, não quis. Podia ter sido simples como quando o arrepio foi embora. Teria sido simples se eu tivesse ouvido o arrepio ter ido... A gente escuta. A gente sabe. Só que a gente silencia. E você mesmo disse que você não toma a atitude. Diferente daquele nosso primeiro beijo. Beijo bom. Poderia mesmo nos enganar e dizer que foi tudo bom. Mas não foi não, moço. Foi não. Era eu querendo vida a dividir, mas você muito machucado não queria essa dança. Então dancei só. Do jeito que pude. Cambaleei pra te chamar a atenção das várias maneiras possíveis. Mas não deu não. Sua casca tá dura, moço. Oxi. Pena que você tá deixando ela assim. Deixa não. Amores vem e vão. Você vai ver. Você sabe. Você não vai nem perceber quando começar a sentir esse arrepio que eu senti contigo. Agora tenho que aprender a não insistir. Nessa insistência toda quem se machuca sou eu. Porque eu também sei o que não quero. Sei muito bem. Tem algumas coisas que senti estando a seu lado (será que estive?)que não quero sentir mais. Não quero essa insegurança, medo de me expor, medo de mostrar que gosto, medo... Não. Se for, vai sem medo que é melhor. Mais gostoso. Eu aprendi contigo a me conter e quando já não pude, quando transbordei de muita dor, você também transbordou. Momentos desencontrados, ou melhor, encontrados, mas cada um a sentir sua dor, a ponto de talvez realmente não sermos as melhores companhias de amor um pro outro. Os gemidos, os arrepios, as palavras sujas, unhas estarão comigo. Assim como ver seus olhos brilharem por qualquer coisa que tenha te empolgado um pouco mais, ou sentir você pegar minha mao na floricultura em desajeito e em surpresa. Sim, moço, é tudo muito confuso. Sei que a despedida é essa, já postergada, mas não sinto que tenho vontade em me despedir. A vida não é louca? Mas é um fim. Foi de alguma coisa. Que se transforme em outra. Porque não quero que você saia assim da minha vida, insisto.
quinta-feira, 14 de junho de 2018
Em mim todas as tristezas do mundo sangram internamente. Em que paradoxos fui me meter deliberadamente? Tenho aprendido que a causa do sofrimento é a maneira como a gente se agarra aos caminhos. É tudo não passa de um caminho, em milhões. Entra ou passa no mato. Nada mais que isso. Ter essa visão ampla da nossa pequena vida ajuda a ver é viver com menos desespero e afobamento. Porque nesses momentos em que parece que o sentimento muda, o que a gente achava que podia ser alegre, apaixonante e vivo, muda, vem uma angústia, vontade de choro e não se vê nada. Tudo é motivo pra insistir nesse caminho. E vc já andou por tantos. Já saberia dizer como olhar com menos envolvimento pra esse caminhar. Mas não é assim, apenas assim sendo. Fica tudo meio confuso no meio do mato. Ainda bem que a relação é sempre feita do outro. É que o outro as vezes está mais claro que a gente e pode por certos fins onde a gente só vê imensas continuações. É que bonito saber que os sentimentos se transformam quando a gente quer, porque é a gente que manda na nossa vida, é sim. É que a gente não perde as pessoas, porque nunca as tivemos. Mas é doído esse caminhar. Não tem como não ser. Viver é dor. Mas não é necessariamente ruim doer.
domingo, 13 de maio de 2018
Giro a giro tudo pode se esvair. Existe essa conjugação? Não sei. Existe essa possibilidade. Tudo se esvair se a gente permitir. Hoje fazem dois meses daquele encontro. Os dois mal sabiam o que faziam, agiam por vontade, por impulso, por um vinho. E pouco a pouco tudo foi virando dia a dia. Poucos planos, muitos medos. Muita confusão introjetada, ressentida. Quando se solta, vem uma ressaca e outro medo. Mas por que temer tanto? Por que deixar de sentir, de viver? Por que ter calma, cuidado, receio? Ela pergunta sabendo que também sente o mesmo. O zelo que cada um construiu um pelo outro os está confundindo, tirando a prioridade que era não priorizar ninguém. Isso é um problema? Tem solução? Andar, girar, esvair porque não é ali. Não é ali o lugar pra ela florescer. O problema é que ela vê em qualquer solo um pouco mais verde a vontade de semear. Mas o jardineiro é outro e tem sua escolha. E ela, denovo, não sabe em quem confiar.
quinta-feira, 3 de maio de 2018
Sinto falta, mas não sei se é bem de você. Você já me parece outro. A falta é do que a gente consumou ser. Num tempo. E me pego passando perto daí é chorando. Ainda choro. Não é, ainda, um sorriso de passado e aceitação. Ainda marca. Uma falta confusa. Uma falta do que foi e do que a gente pensou que poderia ser. Onde estaremos? Espero que prós dois só seja o bem pela frente. A minha bicicleta me ajuda correr com a lágrima.
domingo, 29 de abril de 2018
Nao consigo que as coisas fofas entrem denovo na minha vida. Não consigo competir com histórias fofas por agora. Sorrisos soltos, sofá no domingo, colete de salva vidas. Por não conseguir, pulo do barco. No meio do nada. Porque cinco dias não pode ser rio nem mar. Cinco dias é só um estar. Não posso competir com um futuro colorido com filtro de Instagram. Minhas cores estão saturadas e com temperatura quente. Tanto é que sangro sem controle. Agora estou dilacerante e não consigo ser fofa. Dilacero carne, não perco tempo com conversas, tenho impaciência por viver. E tem fofura no meio do caminho que não quero interromper. Deixe-a passar então. Tudo tem seu lugar é o medo me paralisando. Eu sei. Mas medo ajuda a sobreviver também. Pra vítima e pro caçador. Hoje é dia da caça. Deixe-a correr entre suas plantas, menino do dedo verde. Esse caminho não é pra ser trilhado por mim agora. Meu caminho é de pedra, como posso sonhar? Meu caminho agora é de pedra, por pura escolha. Escolho essa pedra
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
Ela tem sede de rosas. Ela tem fome de risos. Ela quer traçar outros riscos. O que dizer sobre a pergunta séria de Leminski? Parece que sim, meu caro guru. Parece que sim. De repente vem um casanço e uma vontade de fuga. Uma vontade de varar um mundo e de se descobrir,não mais com aquelas cores, que foram lindas, foram importantes e verdadeiras. Mas outro mundo clama, ela sabe. Ela no fundo sempre soube. Ela sempre soube e agora está vivendo isso como se fosse já uma realidade. Vivendo o fim. Ou uma transformação, como o guru desejaria. Em que borboleta ela se tornaria se tivesse mesmo a coragem desse vôo?
Ela tem sede de rosas. Ela tem fome de risos. Ela quer traçar outros riscos. O que dizer sobre a pergunta séria de Leminski? Parece que sim, meu caro guru. Parece que sim. De repente vem um casanço e uma vontade de fuga. Uma vontade de varar um mundo e de se descobrir,não mais com aquelas cores, que foram lindas, foram importantes e verdadeiras. Mas outro mundo clama, ela sabe. Ela no fundo sempre soube. Ela sempre soube e agora está vivendo isso como se fosse já uma realidade. Vivendo o fim. Ou uma transformação, como o guru desejaria. Em que borboleta ela se tornaria se tivesse mesmo a coragem desse vôo?